sábado, 24 de março de 2012


CURA PARA ALMA

 

A prática do perdão é nossa mais importante contribuição para a cura do mundo.
Marianne Williamson
Detestamos perdoar. Me arriscaria sair ao meio dia com uma lanterna pelas ruas para achar uma pessoa que goste de perdoar, ou que perdoe o próximo com alegria ou com regularidade. Essa história de perdoar 70 x 7 vezes que Jesus disse aos seus discípulos é muito difícil de engolir.
Porque isso acontece? Por 2 razões, primeiro, geralmente as pessoas que nos machucam são aquelas muito próximas a nós (marido, esposa, filhos, pais, etc.). Segundo, que as pessoas que nos machucam geralmente são aquelas que convivem todo dia conosco, seja no trabalho, na escola, na igreja. Um estranho raramente nos machuca, e quando o faz, pede mil desculpas. Mas aqueles que estão próximo a nós, quando podem ou quando é “necessário” eles querem mesmo é nos derrubar, nos destruir, nos esmagar (sem qualquer frescura). É a luta pela sobrevivência, é a lei da preservação da vida. Logo, quando o assunto é perdoar o ataque vem de todos os lados.

Sabe qual é o maior problema da falta de perdão? É que ele nunca vem sozinho. Ele sempre trás consigo a família toda: a D. Decepção, o Sr Desengano e a irmã mais nova a Desilusão. Com uma família desta tem como perdoar? Como toda a família que se preza tem um bom vizinho, esta também não fica pra trás. E o vizinho mais conhecido desta família é a D. auto-piedade que também tem uma família muito grande como os filhos: coitadinho, que peninha e Oh! dó. Resumo da ópera: somos sempre os desprezados, os que ninguém ajudam, logo, o que “fazemos é apenas uma reação” daquilo que os outros fazem comigo.

Não é um defeito ou falha sua, mas todas as pessoas que conheço têm dificuldade de perdoar, mesmo que isso lhe corroa como um ácido a alma, nunca esquecemos uma palavra mais dura que alguém nos fala, nunca esquecemos um momento que alguém nos ofende. Temos uma memória de elefante para as coisas ruins e de ameba para as coisas boas.

Qual é a conseqüência? Vivemos doentes e machucados. É possível até que quando olham para nós estejamos bonitos, saradão e bem vestidos, mas nossa alma está em frangalhos. Temos que reconhecer que onde há ser humano, há ofensa, desilusão ou decepção. Isso faz parte da nossa natureza decaída, é resultado do pecado que há em nós. Somos egoístas, vaidosos, orgulhosos e usamos estas coisas para atacar ou para nos defender e até para sobreviver nesta selva de pedra. Não há cura natural para isso. Não há um remedinho que passe esta dor. Ninguém deixa de graça uma desilusão ou um desprezo. Queremos sempre dar um troco, revidar uma ofensa, devolver na mesma moeda. Tudo isso só aumenta o sofrimento da nossa alma.
Eu disse que não há cura natural, mas há cura para esta doença social, é possível se ver livre de tanta dor e sofrimento: Paulo recomenda: Esquecendo-me, das coisas que para trás ficam e avançando, para as que diante de mim estão (Fl 3:13). Para curar a alma, temos que olhar sempre para frente e para o alto. Não perdoar é recuar e retroceder e se acovardar. Nós temos é que avançar, ir adiante, fazer o que diz a música de Geraldo Vandré: “quem sabe faz a hora e não espera acontecer”. O escritor de Hebreus nos diz que “não somos daqueles que retrocedem” (Hb 10:39). Saiba de uma coisa importante: Se sua alma não estiver bem, você nunca estará bem. Se você não conseguir perdoar, você nunca será livre, nunca experimentará a verdadeira paz que Jesus trouxe para nós. Perdoar é o remédio para a alma é o segredo da vida feliz, mesmo que seja necessário lutar contra nossa natureza. Mas quem disse que ser feliz é mole?

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