segunda-feira, 30 de janeiro de 2012


NOS BRAÇOS DO DIABO
Quando era criança cada refeição em nossa casa era um suplicio. Não era por causa da comida, pois pelo simples fato de minha mãe ser baiana, era garantia ser uma boa cozinheira. Mas o problema é que ela sempre nos obrigava a comer muita verdura. Em uma casa com 6 filhos a opção preferida sempre foi doces e picolés (ainda acho que picolé de chocolate é o melhor alimento que existe). Mas porque será que ela nos obrigava a comer verdura se achávamos que picolé era muito melhor? Porque ela sabia que não poderíamos sobreviver só com picolé. Faz parte do compromisso dos pais querer sempre o melhor para os filhos, é por isso que somos “obrigados” a comer verduras, a ir à escola, a ter horário para dormir e para acordar, a ter que escovar dentes e pentear o cabelo, e fazer (do ponto de vista dos filhos) tantas outras coisas “absurdas”. Os pais fazem isto porque querem o melhor para os filhos.
Entretanto mesmo fazendo todas estas coisas, muitos pais crentes quando se trata de ensinar a seus filhos a ter um relacionamento com Deus, simplesmente ignoram esta responsabilidade, transferindo-a aos próprios filhos: “não quero influenciar meus filhos. Quando crescer eles poderão escolher o que querem”. O que me preocupa é que pais crentes procuram dar a melhor escola, roupa, passeios, para os filhos, mas quando o assunto é igreja, eles acham que os filhos adolescentes devem ter liberdade de escolher. Conheço alguns pais crentes que permitem que seus filhos freqüentem uma boate, com a desculpa de que eles precisam experimentar tudo para poder fazer uma boa escolha. De que adianta ter filhos saudáveis e inteligentes, mas que estão indo para o inferno?
Minha esposa me contou uma história de uma amiga que tinha muita dificuldade para levar seu filho à igreja nos domingos. Um dia seu filho rebelde lhe disse: “mãe, vi um desenho animado que um homem obrigou seu burro a subir uma alta montanha até a chegar a uma linda fonte. Ao chegar lá o burro lhe disse: você pode me obrigar a vir até aqui, mas você não pode me obrigar a beber desta água”. A mãe entendeu a metáfora e respondeu: você tem razão meu filho, minha tarefa é ensinar o caminho para a fonte, quem sabe um dia você tenha sede? Mas você nunca poderá dizer que foi para o inferno porque ninguém insistiu em lhe ensinar onde estava a verdadeira fonte da água pura.
Pais, não se intimidem de usar sua autoridade para ensinar os filhos onde está a fonte de vida eterna. Isso não é pecado nem causará traumas irreversíveis, pois é a única forma de provar que ama seu filho ou filha. Este é o verdadeiro amor. Tudo mais na vida é mero complemento. Insistimos que Deus não nos deu filhos para a perdição, por isso não adianta nos matarmos de trabalhar para darmos o melhor que existe para quem vai para o inferno, não podemos nos sacrificar pelos nossos filhos apenas para que o Diabo seja o grande beneficiário. Ou acordamos para esta realidade ou estamos nos auto-enganando. O Diabo tem conseguido iludir muitos pais com sua astúcia dizendo que se amamos nossos filhos devemos dar-lhes tudo e deixar que façam o que querem. Esta é a melhor maneira de jogar seus filhos nos braços do diabo.


sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O CULTO É UM SHOW!

Já a algum tempo os cultos nas igrejas cristãs perderam os parâmetros. Não sabemos mais o que é certo ou errado, o que pode ou não pode, o que é apelação ou devoção. Cada pastor define como quer o culto na sua igreja. A muito tempo a igreja deixou de ser de Cristo para ser a igreja do pastor “tal”, logo é ele quem decide o que quer e como quer no culto. Na verdade nos esquecemos de 2 coisas muito importantes: 1) o culto é para Deus; b) Ele mesmo definiu na Bíblia como quer ser adorado.

Em qualquer religião o culto é o ápice. É ali que os adoradores da divindade mostram o quanto querem agradá-la e dependem daquele deus. Na ânsia de fazer tudo para agradar a divindade, muitos chegam a fazer coisas absurdas, como levar comidas especiais, se vestir como a divindade gosta, sacrificar animais e até crianças. Em nenhuma religião os adoradores fazem um culto para agradar a quem adora. Em qualquer religião o culto (ou o nome que ele tenha) é cercado de rituais e reverência.

Aqui temos 2 grandes perigos: a) ser tentado a transformar nossos cultos em um show para agradar a um público exigente por coisas novas; b) Criar um ritualismo tão grande que nos isolaria da divindade. No primeiro perigo vemos que muitos pastores têm procurado fazer das tripas o coração para, a cada culto, agradar a seu público como se estivesse em um bom restaurante, receber o melhor programa da noite. De preferência que o culto seja um show da fé, onde não apenas um, mas de preferência 318 pastores façam um descarrego e que saia dali certo aquela semana é a da virada em sua vida e que a vitória foi decretada pelo “apóstolo”. Percebe que é uma linha muito estreita que separa estes 2 perigos? É bom que seja assim, pois como simples adoradores não nos compete definir como adorar ao nosso Deus, mas obedecer aquilo que Ele mesmo falou como deveríamos cultuá-lo.

O culto bíblico possui 7 elementos imprescindíveis: Leitura Bíblica, Oração, Cânticos Espirituais, Pregação da Palavra, Ordenanças (batismo e Ceia), Ofertas e Bênção Apostólica. Não é uma parte do culto, mas a Bíblia recomenda que ele seja uma expressão de nossa alegria e júbilo e não um ritual cansativo e desprovido de sentido. Junto com os elementos imprescindíveis estão agregadas as circunstâncias próprias de cada cultura, como por exemplo: quantas vezes devemos ir à igreja no domingo? Que horário? Tipo de banco ou de púlpito, tipo de roupa que devemos vestir? Não há preceito bíblico para as circunstâncias, porém como elas estão ligadas ao culto, devem ter como referência a nossa moderação e aquilo que edifica, que não escandaliza, que seja justo, respeitável, puro, verdadeiro, ... (Fl 4:5,8).
Deus é a razão, o motivo, a causa e principalmente quem define como deve ser o culto. Não podemos inventar, ou fazer do nosso jeito. Nosso único propósito é “deixar Deus satisfeito no final de cada culto”. Em lugar de dizer: o culto foi muito bom, deveríamos perguntar: Deus ficou feliz com nosso culto hoje? Acrescentar “fogo estranho”, por certo vamos entristecer a Deus. Cultuar a Deus é muito mais sério que esta bagunça que temos visto por ai em muitas igrejas que chamamos de culto. A pior coisa para um adorador é sair do culto e saber que Deus não gostou nada da adoração, porque o culto não é um show!