sábado, 25 de fevereiro de 2012


AI SE EU TE PEGO!

O diabo está como “pinto no lixo”. Acabei de ler o livro Protestantismo Tupiniquim (Gedeon Alencar) e engatei a entrevista dada por Caio Fábio a Genizah/Cristianismo Hoje, com sua amarga e sarcástica visão sobre a igreja contemporânea de como só os que estão na “estação do caminho” são verdadeiros (muitas coisas que ele falou é verdade, outras só porcarias). Sem descansar li a carta-desabafo, “Tempo de Partir” do Ricardo Gondin publicada em seu blog1. Em outras palavras, foi uma dose meio cavalar de desânimo adoçada com desespero. No final me restou a dúvida: E agora, o que nós da igreja evangélica vamos fazer?

Quero deixar claro que não estou apoiando, endeusando ou exaltando o Gedeon, o Caio ou Gondin em suas lamúrias existenciais, mas se o choro já está vindo deste lado, é sintoma de que o paciente está muito mal e talvez a “família” não saiba disso.

Que o evangelicalismo brasileiro dos últimos 10 anos está em rota de colisão com a Palavra de Deus e com a vontade soberana do Espírito Santo, isso nenhum líder evangélico, por mais imbecil que seja, têm dúvidas. O problema é que tanto os líderes quanto os crentes estão sofrendo a mesma doença de Demas (2 Tm 4:10) a “demasgogia”, ou seja, a paixão pelas coisas do presente século arraigou de tal forma suas entranhas que o conformar-se assumiu o lugar de transformar, impregnou de tal forma nossas comunidades (seja qual for) que elas saíram totalmente de controle. Não há mais culto em nossas igrejas. Em nossas liturgias há uma mistura de coisas algumas boas, outras absurdas, que pelo uso nem mais achamos assim tão absurdas.

Por mais discutida que seja a atitude do Pr Gondin, e na minha humilde opinião é, mas quando ele fala que se vê “incapaz de tolerar que o Evangelho se transforme em negócio  e  o  nome  de  Deus  vire marca que vende bem. E que não pode aceitar, passivamente, que tentem converter os cristãos em consumidores e a igreja, em balcão de serviços religiosos”, não podemos ficar apáticos. Quando Leonildo Campos, citado por Gedeon, menciona em seu livro “Teatro, Templo e Mercado” não apenas na ”umbandização do pentecostalismo” como também na “iurdização do protestantismo”, na sofreguidão de atender as demandas do mercado religioso, fico tremendamente assustado e chego a concordar com Richardson Halverson: “No inicio, a igreja era um grupo de homens e mulheres centrados no Cristo vivo. Então chegou a Grécia e tornou-se uma filosofia. Depois chegou a Roma e tornou-se uma instituição. Em seguida, à Europa, e tornou-se uma cultura. E finalmente à América e tornou-se um business”, acrescento, chegou ao Brasil e tornou-se uma parafernália misturada com tropicália. A igreja está sendo finalmente tupiniquinizando.

Gedeon, por exemplo, se assusta com o “carnaval evangélico” que segundo ele, é uma contradição, porque o carnaval evangélico é de um amadorismo singular. Um pastiche mal engendrado, porque precisa ser igual – para concorrer – sendo diferente; pois quanto mais conseguir ser carnaval menos deixará de ser evangélico. Quanto mais próximo do carnaval mais longe de ser evangelística. Ou seja, é o samba do “teólogo doido”. E completa: “isso é um modelo de simulacro. É o fantasma que vira realidade. Algo que os teólogos chamam de contextualização; os cientistas sociais de aculturação ou sincretismo; os crentes mais espirituais de mundanização; os crentes mais modernos de estratégias gospel;” eu estou chamando de “micheltelónização” da igreja – Ai se eu te pego!. E não é que isso tá pegando todo mundo!

Pobre igreja brasileira, quem a salvará! Por favor, o ultimo a sair, apague a luz!

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